terça-feira, 2 de novembro de 2010

Da Corrupção à Anarquia

A comunidade tem sofrido ao longo das últimas décadas os assaltos do egoísmo sem fronteiras. O rosto mascarado deste corpo monstruoso, àvido de poder, é o internacional-socialismo marcado pela economia capitalista e pela cultura marxista. Reina a ausência de designios nacionais, a luta actualmente travada reduz-se à oposição dos interesses individuais sempre com prejuizo para o proveito da colectividade afectando profundamente o bem-estar geral. O bem comum é totalmente desprezado. Da boca do povo ouvem-se agora expressões como, está tudo a saque. 

A actualidade afogada no individualismo, cujas fontes principais são o egoísmo pilar do socialismo e a inveja pilar do comunismo não deixa espaço para a vida familiar comprometendo-se gravemente a educação eficaz dos nossos filhos. Inculca-se o modernismo à força através das potentes campanhas propagandisticas, que agora se chama publicidade. Dissemina-se o ateísmo como plataforma segura para a instalação do ferrenho e reprovável antimoralismo. Ao capitalismo inumano e dissolvente dos nossos dias cujo único objectivo é a busca desenfreada do lucro junta-se a ganância dos menos preparados a nível moral e intelectual que, sob a batuta das forças que comandam a mediocridade, exigem sempre mais e mais consumo, mais e mais oportunidades para delapidar recursos. Desde há muito que se sabe que a felicidade não está no consumo desenfreado e superfluo, está sim na oportunidade de cada um cumprir com rectidão o seu dever. É feliz quem cumpre o seu dever. É feliz aquele que tem direito ao trabalho e direito à constituição de uma familia harmoniosa. É feliz aquele que sente confiança nos seus governantes e se sente por isso mesmo bem governado e protegido. 

Recusamos pois a entrega a um negativismo conformista que nos impõe a sociedade absurda actual como única forma possivel de vida em comunidade. Não acreditamos no determinismo que nos impõe formas estáticas e amarra o espírito ao ócio, à improdutividade e à não-creatividade. Somos positivistas no sentido de que dotados de esperaça estamos profundamente convictos de que uma sociedade melhor, com base no dinamismo, está perfeitamente ao nosso alcance. A degradação é visivel por toda a parte, há a sensação geral de que nada funciona correctamente, há uma consciência crescente de que é preciso mudança. A insegurança e a desconfiança provocam a destruição de todas as solidariedades profundas e arruínam a própria noção de povo. 

No ambiente de desordem geral presta-se culto à vontade individual mais descabida, triunfam os oportunistas, os vigaristas encontram terreno fértil para a legitimidade das irregularidades, a justiça não se faz sentir. Neste salve-se quem puder, há quem enriqueça de forma rápida e quem seja lançado no lamaçal da miséria num segundo. A corrupção chegou e venceu, ninguém se lhe opõe, parece até que é algo que interessa a todos, pois, o silêncio é cúmplice. Mas um mal nunca vem só e, da corrupção a que os mais conformados já encaravam com normalidade, associando-a à inevitabilidade do sistema, nasce a anarquia que quebra todas as normas sociais e abre caminho ao orgulho na decadência. Todos fazem o que querem, ninguém cumpre, ninguém se interessa com o próximo, abandonam-se os idosos, promovem-se abortos aos milhares, incentiva-se à emancipação feminina aumentando para numeros astronómicos os indicies de divórcios. Fecham-se escolas, hospitais, maternidades, cada um faz o que quer, em prol do seu “Eu”, é assim que mandam as regras anarquistas. Vandalizam-se os comboios para que se tenha uma marca pessoal ostentada ao mundo inteiro. A tirania individual oprime assim milhares de pessoas, violando impunemente as suas mentes, entregando as populações desprotegidas ao desespero, à insegurança, à profunda depressão. O respeito, a educação, a moral, a caridade, isso é para os retrógados conservadores que a modernidade já não tolera. Apregoa-se agora esta irracionalidade por todos os póros de um sistema cuja desautoridade passou a paradigma. 

A esperança é uma virtude de que não prescindimos, ensina-nos Maquiavel que “a coragem engendra a satisfação, a satisfação o ócio, o ócio a desordem, a desordem a decadência. De igual modo, é da decadência que nasce a ordem, da ordem a coragem, desta a glória e a felicidade”. Aguardemos que o processo de inversão, de um ciclo atrozmente negativo, se inicie pondo fim ao tempo das pestilentas vacas magras e luza o rumo à bonança, à criatividade, à ordem e à paz de espírito.

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