quarta-feira, 27 de abril de 2011

Toca a parar com os cortes nas reformas de miséria

"Aqui vão algumas medidas importantes para que o Ministro das Finanças não continue a fazer
de nós parvos, dizendo com ar sonso que não sabe em que mais cortar.

Acabava-se assim o recreio!

Se todos vocês reencaminharem como eu faço, ao fim do dia seremos centenas de milhar a fazer
abarrotar os olhos e os ouvidos dos senhores que nos governam e precisam de ajuda para saber onde
cortar no orçamento do Estado. Todos os ''governantes'' [a saber: os que se governam...] de Portugal
falam em cortes das despesas, mas não dizem quais, os aumentos de impostos, a pagar pela malta.

Não ouvi foi nenhum governante falar em:

. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos
respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três Presidentes da República retirados.

. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes, profissionalizando-os
como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços
opíparos, com digestivos e outras libações,tudo à custa do pagode.

. Acabar com os milhares de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada
e têm funcionários e administradores com 2º ou 3º emprego.

. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euros mês
e que não servem para nada, antes acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo
salarial respectivo.. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa
reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821, etc

. Redução drástica das Juntas de Freguesia.

. Acabar com o pagamento de 200€  por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75€
 nas Juntas de Freguesia

. Acabar com o Financiamento aos Partidos. Que devem viver da quotização dos seus associados
e da imaginação que aos outros exigem para conseguirem verbas para as suas actividades.

. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc.,
que se deslocam em digressões particulares pelo País.

. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias...
para servir suas excelências, filhos e famílias, e até os filhos das amantes.... Acabar com a
renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos
dispêndios públicos.

Colocar chapas de identificação em todos os carros do EstadoNão permitir de modo algum que
carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos às escolas, ir ao
mercado a compras, etc. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e
respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem
em tugúrios inabitáveis...

. Acabar com os "subsídios" de habitação e deslocação a deputados eleitos por circulos fora
de Lisboa... que sempre residiram na Capital e nunca tiveram qualquer habitação nos circulos
eleitorais a que concorreram!

. Controlar os altos quadros "colocados" na Função Pública (pagos por nós...) que quase nunca
estão no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total: HÁ QUADROS QUE, EM VEZ
DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE
ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO OS DA COISA PÚBLICA...

. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir
 tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores
que  pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES
PRINCEPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder...

. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos e outros, caríssimos, pagos sempre aos mesmos
escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo no âmbito de um tráfico de
influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar...

. Acabar com as várias reformas, acumuladas, por pessoa, de entre o pessoal do Estado e de
entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP, com os
juros devidos!

. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e quejandos, onde quer que estejam
e recuperar essas quantias para os cofres do Estado.

. E por aí fora... Recuperaremos depressa a nossa posição, sobretudo a credibilidade tão abalada
pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado.

. Quem pode explicar porque é que o Presidente da Assembleia da República tem, ao seu dispor,
dois automóveis de serviço? Deve ser um para a "pasta" e outro para a "lancheira"!...

Envie-a, pelo menos, 12 pessoas. Isto não pode parar. Nós contribuintes pagamos tudo. E só
temos culpa porque somos frouxos, passivos, indolentes.

domingo, 24 de abril de 2011

‘Batota’ nas Scut custa mil milhões

Depois não digam que não há negociatas deste primeiro ministro com os ex-ministros do PS. É só enbolsar à custa do "tuga" que trabalha e desconta todos os meses
O Estado fez uma ‘batota’ na contabilização dos encargos com três parcerias público-privadas (PPP) que obrigou o Instituto Nacional de Estatística (INE) a rever o défice do ano passado para 9,1 por cento. Os contratos de duas ex-Scut estão incluídos no pacote de revisão.
Segundo uma nota ontem divulgada, a presença da troika em Portugal levou os técnicos do INE e do Eurostat a fazerem uma "análise urgente" das contas públicas, que apenas iam ser clarificadas em Outubro. Segundo o INE, todos os dados sobre os quais o Eurostat tinha levantado dúvidas foram "esclarecidos sem haver necessidade de se proceder a revisões com excepção do tratamento a dar a contratos envolvendo PPP".
"Após análise detalhada de um elevado número de contratos de grande complexidade, concluiu-se que três deles (dois dos quais correspondendo a contratos renegociados de ex-Scut) não têm a natureza de contratos PPP em que o investimento realizado é registado no activo do parceiro privado", lê-se. Ora, no entender dos técnicos, como os utilizadores finais pagam a maioria dos custos do serviço através de portagens, o investimento realizado deve ser registado no activo da entidade que recebe os pagamentos. "Uma vez que as portagens constituem receita das administrações públicas, os activos integrados nos contratos são considerados investimentos das administrações públicas, afectando em consequência a respectiva necessidade de financiamento", diz o INE. E os pagamentos futuros aos parceiros privados não são considerados.
Estas contas, adianta o INE, fazem a dívida das administrações públicas agravarem-se em 0,6 por cento do PIB, isto é, mil milhões de euros. Na prática, "ao aumento do défice do ano passado está associado o efeito da redução do défice no futuro comparativamente ao que aconteceria caso estes contratos fossem tratados como PPP".
TROIKA OBRIGA INE A TRABALHAR NO FERIADO
A troika obrigou os funcionários do Instituto Nacional de Estatística (INE) a trabalhar no feriado de Sexta-feira Santa. Em causa estiveram as correcções ao défice de 2010, motivadas pela má contabilização de três negócios realizados através da figura das parcerias público-privadas. Os funcionários do INE refizeram as contas e mandaram a nota de revisão sexta-feira para Bruxelas. "Todos os anos existem acertos que são negociados com o Eurostat. Em 2004, por exemplo, discutiu-se a contabilização dos hospitais E.P.E. No entanto, trata-se de matérias com efeitos marginais nas contas públicas e não com um impacto de mil milhões como sucedeu agora", explicou ao Correio da Manhã um ex-responsável do Instituto Nacional de Estatística.

in "Correio da Manhã" de 24/4/2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Governo de Portugal

Por:António Ribeiro Ferreira

Um dinamarquês e dois alemães, representantes do FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, convocaram os partidos, centrais sindicais e confederações patronais para lhes apresentar o programa político e económico da Pátria para os próximos anos.

Três homens, assessorados por três dezenas de técnicos, tomaram conta da Pátria. Há reacções indignadas. São sinceras, com certeza, mas não adiantam nem atrasam. Os indígenas percebem agora que o Presidente da República, os 230 deputados e as forças políticas servem para muito pouco ou mesmo para coisa nenhuma. São adereços caros de uma democracia que falhou em toda a linha nestes trinta e sete anos de vida. Agora, quem manda são três senhores. Chegam e sobram para formar o verdadeiro Governo de Portugal.

domingo, 17 de abril de 2011

Confissão de um Professor

Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos. Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio,
fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar. De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila - oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha.
Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude. Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?).
Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas... Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir». Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter
reparado? É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos. É este o Portugal de sucesso e orgulho do Sócrates!!!! Divulguem e não se cansem de divulgar por esse mundo fora.....Não se calem.....Pode ser que chegue à assembleia da República das Bananas! Perguntem ao Sócrates e aos Boys se têm passado muita fome e quem é que lhes paga a gasolina e os fatos comprados em Nova Iorque

Nunca vi um fluxograma tão esclarecedor

Como encarar o trabalho e hierarquia… e não, não está a nevar!
How to see work and hierarchy… and no, it isn't snowing!
Nunca vi um fluxograma tão esclarecedor
I've never seen such a enlightening flowchart

Quando os tipos das chefias olham para baixo só vêem merda;
When the manager looks down it only sees shit;
Quando os tipos de baixo olham para cima só vêem caras de cu...
Everyone that looks up only sees assholes…
Os tipos de cima estão-se a cagar para os de baixo
Managers shit on Executives, Executives shit on Departments, and departments shit on The rest
Os tipos de baixo levam com a merda toda que os de cima fazem.
The rest have to take with all the shit that the chiefs do. 

Rui Pedro Soares recebeu mais de um milhão de euros da PT em 2010

O ex-administrador da Portugal Telecom (PT) Rui Pedro Soares, que abandonou a empresa na sequência do processo "Face Oculta", recebeu em 2010 cerca de 1,2 milhões de euros resultantes de indemnização e salário até quando desempenhou funções.

O responsável recebeu 648,7 mil euros de indemnização, 104,2 mil euros de remuneração fixa e 459,4 mil euros de prémio anual sobre o exercício de 2009, informa o relatório e contas da PT hoje divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Fernando Soares Carneiro, também ex-administrador da PT que saiu igualmente no seguimento do processo "Face Oculta", recebeu um total de 1,8 milhões de euros: 973 mil euros de indemnização, 175 mil euros por compromisso de não concorrência, 201 mil euros de remuneração fixa e 459,4 mil euros de prémio anual sobre o ano de 2009.
Rui Pedro Soares renunciou ao cargo na empresa a 17 de Fevereiro de 2010, ao passo que Soares Carneiro viria a abandonar a PT cinco dias depois, a 22 de Fevereiro.
Soares Carneiro e Rui Pedro Soares abandonaram a empresa após a divulgação de escutas telefónicas no âmbito do processo "Face Oculta" e de um alegado plano do Governo que envolvia a PT na criação de um grupo de comunicação social.
Ainda de acordo com o relatório e contas hoje divulgado, o presidente executivo da PT, Zeinal Bava, teve uma redução de 44% no salário de 2010 face ao ano anterior devido ao não pagamento do prémio plurianual e à redução em 10% da remuneração fixa.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1823454

Carta da Marisa Moura à administração da Carris

Exmos. Senhores:
José Manuel Silva Rodrigues, Fernando Jorge Moreira da Silva, Maria Isabel Antunes, Joaquim José Zeferino e Maria Adelina Rocha,

Chamo-me Marisa Sofia Duarte Moura e sou a contribuinte nº 215860101 da República Portuguesa. Venho por este meio colocar-vos, a cada um de vós, algumas perguntas:

Sabia que o aumento do seu vencimento e dos seus colegas, num total extra de 32 mil euros, fixado pela comissão de vencimentos numa altura em que a empresa apresenta prejuízos de 42,3 milhões e um buraco de 776,6 milhões de euros, representa um crime previsto na lei sob a figura de gestão danosa?

Terá o senhor(a) a mínima noção de que há mais de 600 mil pessoas desempregadas em Portugal neste momento por causa de gente como o senhor(a) que, sem qualquer moral, se pavoneia num dos automóveis de luxo que neste momento custam 4.500 euros por mês a todos os contribuintes?

A dívida do país está acima dos 150 mil milhões de euros, o que significa que eu estou endividada em 15 mil euros. Paguei em impostos no ano passado 10 mil euros. Não chega nem para a minha parte da dívida colectiva. E com pessoas como o senhor(a) a esbanjar desta forma o meu dinheiro, os impostos dos contribuintes não vão chegar nunca para pagar o que realmente devem pagar: o bem-estar colectivo.

A sua cara está publicada no site da empresa. Todos os portugueses sabem, portanto, quem é. Hoje, quando parar num semáforo vermelho, conseguirá enfentar o olhar do condutor ao lado estando o senhor(a) ao volante de uma viatura paga com dinheiro que a sua empresa não tem e que é paga às custas da fome de milhares de pessoas, velhos, adultos, jovens e crianças?

Para o senhor auferir do seu vencimento, agora aumentado ilegalmente, e demais regalias, há 900 mil pessoas a trabalhar (inclusivé em empresas estatais como a "sua") sem sequer terem direito a Baixa se ficarem doentes, porque trabalham a recibos verdes. Alguma vez pensou nisso? Acha genuinamente que o trabalho que desempenha tem de ser tamanhamente bem remunerado ao ponto de se sobrepôr às mais elementares necessidades de outros seres humanos?

Despeço-me sem grande consideração, mas com alguma pena da sua pessoa e com esperança que consiga reactivar alguns genes da espécie humana que terá com certeza perdido algures no decorrer da sua vida.

Marisa Moura



Que dizer desta "Cambada de XULOS"

O que nos diferencia da Grécia







Socrates (????????), c. 469 aC-399 aC

Sócrates (Pinto de Sousa)
Sobre o Conhecimento
Buscava o Conhecimento.
O seu método para alcançá-lo era o diálogo e a humildade em formular todas as perguntas.
Cultiva e promove o Desconhecimento.
O seu método para alcançá-lo é o monólogo e a arrogância de calar todas as perguntas.
Lema
Só sei que nada sei.
Eu é que sei.
Rupturas
Provocou uma ruptura sem precedentes na Filosofia grega.
Provocou uma ruptura sem precedentes na auto-estima dos portugueses.
Sobre si próprio
Intitulava-se "um homem pacífico"
Intitula-se "um animal feroz".
Pensamento sobre Juízes e Justiça
Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.
Quatro características deve ter um juiz: não ouvir escutas, responder obedientemente, ponderar nos riscos que corre e decidir se quer continuar a ter emprego.
Condenações
Podia ter evitado sua condenação se tivesse desistido da procura da vida justa. Mesmo depois de sua condenação, podia ter evitado a morte se aproveitasse a ajuda de amigos para fugir.
Acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era através do próprio desenvolvimento, ao invés de buscar a riqueza material; e que ao relacionar-se com os membros de um parlamento (nunca aderiu à democracia Aristotélica) a própria pessoa estaria sendo hipócrita.
Foi condenado à morte por cicuta.
Usa os amigos a seu bel-prazer e proveito, atribuindo-lhes cargos e (i)responsabilidades com ordenados milionários.
A sua única fidelização reconhecida é a da procura da riqueza material, o que faz sem olhar a meios.
Está envolvido em escutas, Freeport, Licenciatura fraudulenta, negócios obscuros, tráfico de influências.
Nunca foi condenado...
Legado
Deixou-nos incontáveis dádivas.
Deixa-nos incontáveis dívidas.

sábado, 16 de abril de 2011

NOTA do IDP sobre o pedido de assistência financeira

No dia em que o Governo demissionário decidiu dirigir à Comissão Europeia um pedido de assistência financeira para atender ao “financiamento da República”, considera o Instituto da Democracia portuguesa (IDP) que chegou o momento para se encarar o médio prazo, para além do ruído de fundo com o curto prazo.
O resgate é um dado adquirido não apenas porque a nossa situação financeira é grave como porque estamos em risco de sermos um elemento pernicioso para a estabilidade da zona euro. Embora as atenções dos portugueses estejam focadas, essa operação de resgate terá um prazo e um objectivo: evitar um desequilíbrio grave na zona euro. O facto de, neste processo ser Portugal o país a ser ajudado é instrumental. No fim de contas, prevalecerão os interesses globais da zona euro como um todo.
Portugal experimenta há mais de trinta anos, uma perda de competitividade traduzida na lenta diminuição das suas taxas de crescimento. Apesar de todas as vultuosas transferências recebidas – fundos comunitários, remessas de emigrantes e investimento estrangeiro – a taxa de crescimento da economia portuguesa tem vindo a decair, sempre. Sucessivos governos e sucessivas políticas públicas centradas no “big is beautiful” esqueceram o apoio à produção de bens transaccionáveis com alta incorporação de mais valias e potencialidades de exportação.
A crise actual e o nosso elevado endividamento externo são o corolário de políticas da III República que nunca manifestaram interesse em atacar os problemas de frente; antes preferiram iludi-los, por motivos de ganância pessoal e interesses mal informados.
Ao cabo de mais de uma década de endividamento explosivo, temos de constatar que esgotámos um modelo de desenvolvimento económico; hoje é por demais manifesto que este modelo não tem qualquer virtualidade e a manutenção deste caminho apenas nos conduz a um desastre nacional.
Neste quadro, a operação de resgate de que o pedido de que o pedido de assistência financeira é só o primeiro passo, permite colmatar um desequilíbrio e, sobretudo, evitar um desequilíbrio mais acentuado na zona euro. No entanto, falta criar condições de crescimento económico. Como o IDP já afirmou antes, o resgate é, sobretudo, uma operação de apoio ao euro, não directamente ao membro.
Para saber o que se vai passar a seguir, temos de olhar para longe. Nos últimos 30 anos, Portugal é um dos países da Europa que mais rapidamente baixou a sua taxa de natalidade. Em 2009 era o 2º país de EU com a mais baixa taxa de fertilidade: 1.3. Em 2009 e 2010, o número de mortes superou os nascimentos. Há mais de uma década que se chama a atenção para o “Inverno” demográfico, aparentemente com escasso eco na sociedade civil e sem eco nos meios políticos. Ao contrário de outros países europeus, não existe uma política de apoio e promoção da natalidade.
Em 2010 o ratio de pessoas activas/passivas foi de 1/1.5. A continuarem as tendências, em 2020 esse ratio será de 1/2 e, em 2030, terá passado para 1/2.5. Com um modelo económico esgotado, com taxas de crescimento progressivamente mais baixas, aumento do desemprego, envelhecimento da população e baixa fertilidade, aumentam os compromissos fixos e diminuem as receitas.
Assim , vem o IDP denunciar que, mais do que a “armadilha da dívida”, onde as políticas de contenção e austeridade terão um efeito recessivo na economia, estamos confrontados com a diminuição do principal recurso nacional- a população – e não o queremos admitir.
A nossa dívida externa bruta é hoje de +/- 230% do PIB e a líquida de quase 98%. As medidas de austeridade no quadro de um resgate permitem considerar que a nossa taxa de crescimento, nos próximos 10 anos, não deverá ser superior a 1.5% ao ano; ao mesmo tempo o serviço da dívida contraída está já próximo dos 5% do PIB.
Neste cenário, as nossas capacidades de endividamento no médio e longo prazo, a 10/ 30 anos, estão seriamente limitadas quer pelo baixo potencial de crescimento da economia, quer pela limitada capacidade do seu principal activo, nós, os cidadãos. Nesse sentido, considera o IDP que a nossa capacidade para poder honrar, nos termos e nas condições que nos propusemos pagar, estará, fortemente limitada.
Temos uma elevada probabilidade, a médio prazo, dentro de 4/5 anos, de estarmos a suportar uma política que não elimina a nossa dívida, e agrava as condições de podermos optimizar os nossos activos, para honrar a dívida e assegurar a sustentabilidade da economia e do país.
No actual quadro do debate de ideias e por força da crise imediata em que nos encontramos, todas as atenções estão centradas nas formas de “quebrar” o círculo vicioso que nos conduziu a esta situação; no entanto, essa premência obscurece um elemento fundamental: como vamos pagar a “montanha de dívida “que acumulámos ao longo destes anos e como o vamos pagar sem nos arruinarmos.
Considera o IDP que é necessário encarar com realismo a reestruturação da dívida nacional. Existem soluções estudadas para os problemas enumerados; sendo necessário tempo para as implementar, temos de partir para a reestruturação da dívida.
Uma nação não é uma empresa; não pode ser desmembrada e os seus activos disponibilizados livremente; os credores da nação preferem receber uma percentagem de algo a receber a totalidade de nada e nunca “asfixiarão” o devedor ao ponto de este ficar impedido de cumprir as suas obrigações.
A reestruturação de dívida soberana é um dos elementos que caracteriza a dívida; Portugal, enquanto nação autónoma, reestruturou seis vezes a dívida e, nos séc XX fizeram-no 21 países, entre os quais o Brasil.
A reestruturação da dívida – nos próximos meses – é uma operação de responsabilidade do próximo Governo e implica a apresentação de um plano de como e quando iremos pagar as nossas obrigações. Porque é uma operação da responsabilidade de todos os portugueses, o IDP alerta que deve ser partilhada por todos. Democracia, crescimento e equidade só serão possíveis simultaneamente com um regime cujas soluções estejam à altura da nossa história e da nossa cultura.
Lisboa, 6 de Abril de 2011
A Direcção do IDP
Instituto da Democracia Portuguesa : http://www.democraciaportuguesa.org

A quem pertence o BCE?

A quem pertence o banco central europeu?


ASSIM FICAMOS A SABER PORQUE O BCE EMPRESTA O DINHEIRO A 1% AOS BANCOS PARA ESTES EMPRESTAR AO NOSSO PAÍS A 8%.



A quem pertence o Banco Central Europeu?*

O Banco Central Europeu, ou BCE, pouco o nada tem a ver com a União Europeia.

Ao juntar os termos "Central" e "Europeu", a ideia era transmitir a sensação de que este fosse o banco da União.

E a ideia passou, pois muitos confundem as duas coisas.
Mas a verdade é bem diferente.

Se ainda existirem dúvidas acerca da total independência do BCE, é bom ler o Artigo 130 (ex-artigo 108 do TCE):

No exercício dos poderes e no cumprimento das tarefas e deveres que lhes são conferidos pelos Tratados e pelos Estatutos do SEBC e do BCE, nem o Banco Central Europeu, nem os bancos centrais nacionais, nem qualquer membro dos respectivos órgãos de decisão podem solicitar ou receber instruções das instituições, órgãos ou agências da União, dos governos dos Estados-Membros ou de qualquer outra entidade.

Instituições, órgãos e agências da União e os governos dos Estados-membros se comprometem a respeitar este princípio e a não tentar influenciar os órgãos de decisão do Banco Central Europeu ou dos bancos centrais nacionais no exercício das suas funções.

No documento de 18 de Dezembro de 2003, "Das percentagens detidas pelos bancos centrais europeus no esquema de subscrição dos capitais do Banco Central Europeu", assinado pelo Presidente Jean-Claude Trichet e publicado na Gazeta Oficial da União Europeia (15.1.2004 L 9/28), é possível observar a quem pertença, de facto, a mesma BCE.

Eis as percentagens detidas pelas várias instituições financeiras:

Nationale Bank van België/Banque Nationale de Belgique 2,8297 %
Danmarks Nationalbank 1,7216 %
Deutsche Bundesbank 23,4040 %
Bank of Greece 2,1614 %
Banco de España 8,7801 %
Banque de France 16,5175 %
Central Bank and Financial Services Authority of Ireland 1,0254 %
Banca d'Italia 14,5726 %
Banque centrale du Luxembourg 0,1708 %
De Nederlandsche Bank 4,4323 %
Oesterreichische Nationalbank 2,3019 %
Banco de Portugal 2,0129 %
Suomen Pankki 1,4298 %
Sveriges Riksbank 2,6636 %
Bank of England 15,9764 %

Duas coisas bastantes interessantes: a presença da Bank of England, isso é, do banco central dum País que ainda não adoptou o Euro como moeda oficial, e o facto do documento falar de forma explicita de senhoriagem:

O mesmo princípio aplica-se à repartição dos proveitos monetários dos BCN [bancos centrais nacionais, NDT] em conformidade com o artigo 32.1 do Estatuto, à distribuição da receita de senhoriagem, à remuneração dos créditos dos BCN iguais aos activos de reserva transferidos para o BCE [...]

Um assunto particularmente complexo este último, mas que cedo ou tarde terá de ser enfrentado dada a importância.

A quem pertencem os bancos nacionais?

Mas agora vamos em frente na nossa viagem.
Estabelecido o facto da BCE pertencer aos vários bancos centrais, a próxima pergunta que segue é: a quem pertencem os bancos centrais dos vários Países?

Também neste caso a resposta pode parecer óbvia: tal como o Banco Central Europeu deveria pertencer à União Europeia, assim os bancos centrais nacionais deveriam pertencer aos vários Estados nacionais.
Deveria, mas não é.

Descobrir os verdadeiros donos é muito difícil: os bancos centrais não gostam de divulgar este tipo de noticia. Mas temos sorte.
O banco central italiano, a Banca d'Italia, publica na internet a lista das instituições que detêm as quotas de participação e que têm direito de voto.
Eis a lista completa:

Participante Quota participação/número de votos

Intesa Sanpaolo S.p.A. 91.035/50
UniCredit S.p.A. 66.342/50
Assicurazioni Generali S.p.A. 19.000/42
Cassa di Risparmio in Bologna S.p.A. 18.602/41
INPS 15.000/34
Banca Carige S.p.A. - Cassa di Risparmio di Genova e Imperia 11.869/27
Banca Nazionale del Lavoro S.p.A. 8.500/21
Banca Monte dei Paschi di Siena S.p.A. 7.500/19
Cassa di Risparmio di Biella e Vercelli S.p.A. 6.300/16
Cassa di Risparmio di Parma e Piacenza S.p.A. 6.094/16
Cassa di Risparmio di Firenze S.p.A. 5.656/15
Fondiaria - SAI S.p.A. 4.000/12
Allianz Società per Azioni 4.000/12
Cassa di Risparmio di Lucca Pisa Livorno S.p.A. 3.668/11
Cassa di Risparmio del Veneto S.p.A. 3.610/11
Cassa di Risparmio di Asti S.p.A. 2.800/9
Cassa di Risparmio di Venezia S.p.A. 2.626/9
Banca delle Marche S.p.A. 2.459/8
INAIL 2.000/8
Milano Assicurazioni 2.000/8
Cassa di Risparmio del Friuli Venezia Giulia S.p.A. (CARIFVG S.P.A.) 1.869/7
Cassa di Risparmio di Pistoia e Pescia S.p.A. 1.126/6
Cassa di Risparmio di Ferrara S.p.A. 949/5
Cassa di Risparmio di Alessandria S.p.A. 873/5
Cassa di Risparmio di Ravenna S.p.A. 769/5
Banca Regionale Europea S.p.A. 759/5
Cassa di Risparmio di Fossano S.p.A. 750/5
Cassa di Risparmio di Prato S.p.A. 687/5
Unibanca S.p.A. 675/5
Cassa di Risparmio di Ascoli Piceno S.p.A. 653/5
Cassa di Risparmio di S. Miniato S.p.A. 652/5
Cassa dei Risparmi di Forlì e della Romagna S.p.A. 605/5
Banca Carime S.p.A. 500/5
Società Reale Mutua Assicurazioni 500/5
Cassa di Risparmio di Fabriano e Cupramontana S.p.A. 480/4
Cassa di Risparmio di Terni e Narni S.p.A. 463/4
Cassa di Risparmio di Rimini S.p.A. - CARIM 393/3
Cassa di Risparmio di Bolzano S.p.A. 377/3
Cassa di Risparmio di Bra S.p.A. 329/3
Cassa di Risparmio di Foligno S.p.A. 315/3
Cassa di Risparmio di Cento S.p.A. 311/3
CARISPAQ - Cassa di Risparmio della Provincia dell'Aquila S.p.A. 300/3
Cassa di Risparmio della Spezia S.p.A. 266/2
Cassa di Risparmio della Provincia di Viterbo S.p.A. 251/2
Cassa di Risparmio di Orvieto S.p.A. 237/2
Cassa di Risparmio di Città di Castello S.p.A. 228/2
Banca Cassa di Risparmio di Savigliano S.p.A. 200/2
Cassa di Risparmio di Volterra S.p.A. 194/1
Cassa di Risparmio della Provincia di Chieti S.p.A. 151/1
Banca CRV Cassa di Risparmio di Vignola S.p.A. 130/1
Cassa di Risparmio di Fermo S.p.A. 130/1
Cassa di Risparmio di Savona S.p.A. 23/1
TERCAS - Cassa di Risparmio della Provincia di Teramo S.p.A. 115/1
Cassa di Risparmio di Civitavecchia S.p.A. 111/1
CARIFANO - Cassa di Risparmio di Fano S.p.A. 101/1
Cassa di Risparmio di Carrara S.p.A. 101/1
CARILO - Cassa di Risparmio di Loreto S.p.A. 100/1
Cassa di Risparmio di Spoleto S.p.A. 100/1
Cassa di Risparmio della Repubblica di S. Marino S.p.A. 36/ -
Banca CARIPE S.p.A. 8/ -
Banca Monte Parma S.p.A. 8/ -
Cassa di Risparmio di Rieti S.p.A. 8/ -
Cassa di Risparmio di Saluzzo S.p.A. 4/ -
Banca del Monte di Lucca S.p.A. 2/ -

Total quotas: 300.000 Total votos: 539

No meio desta floresta de bancos privados é possível encontrar duas participações do Estado Italiano: INPS, com 15.000 quotas e 34 votos, e INAIL, 2.000 quotas e 8 votos. Assim, no total. o Estado é representado no Banco Central Italiano com 42 votos, menos de 10%.

Para perceber a importância destes factos, é possível observar a "evolução" das antigas moedas italianas, hoje substituídas com o Euro. Neste caso a comparação é entre uma nota de 500 Lire (1974 - 1979) e uma de 1.000 Lire (1990 - 1998):


No primeiro caso, 500 Lire, temos uma nota do Estado Italiano. No segundo caso, uma nota dum banco privado.
É exactamente o que se passa com as notas dos Euros: se o Euro for da União Europeia, ao seria lógico encontrar a escrita "UE"?.
Mas em lado nenhum podem encontrar "União Europeia", apenas "BCE".

Uma ligeira diferença...


A quem pertencem os bancos privados? (o caos intencional)

Este esquema repete-se na maior dos bancos centrais nacionais que, de facto, são privados.
Mas a quem pertencem os bancos privados?

Aqui entramos no sancta sanctorum, uma espécie de caixa de Pandora na qual é difícil orientar-se.
Os bancos não pertencem a uma pessoa mas a conjuntos de accionistas que, por suas vezes, pertencem a outros accionistas.

O Banco Unicredit, por exemplo, conta entre os próprios accionistas um banco líbio, o grupo Allianz (Alemanha), um banco inglès com um cadastro assustador (Barclays: ajuda ao governo do Zimbabwe, acusações de reciclagem de dinheiro, envolvimento no comércio de armas...), uma sociedade americana (BlackRock) com participação inglesa (Merlin Entertainments), a Autoridade de Investimentos da Líbia.

O Monte dei Paschi di Siena vê a participação do grupo francês Axa e da JP Morgan (!!!).

Resumo: o BCE é privado

Uma super-Matryoshka que constitui a melhor forma de protecção: uma maneira para afastar os curiosos e para tornar o esquema incompreensível, pois tudo perde-se num jogo de percentagens de empresas espalhadas pelo globo.

O que pode ser afirmado com certeza é que os bancos centrais nacionais não pertencem aos Estados (há muitas poucas excepções neste sentido) mas aos privados.

Agora, se o BCE é independente da União Europeia e de propriedade dos bancos nacionais, que são privados, o mesmo BCE não passa dum banco privado.

RESUMO: a economia da União Europeia está nas mãos dos interesses privados.
O que não é uma novidade: também a Federal Reserve é um banco privado...

*Desconheço o autor. Não verifiquei o que foi escrito. Sei da Reserva Federal e pensava que o que aqui é descrito deveria de vir a acontecer, desconhecia é que já existisse e há tanto. O corno é sempre o último a saber. ESTAMOS OU NÃO A SER TOTALMENTE TRAMADOS? E, como disse MUUUITAS vezes, é GLOBAL.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

33% dos portugueses são primos de José Sócrates?

Tiago Mesquita (www.expresso.pt)
8:00 Quarta feira, 13 de abril de 2011

Há coisas que não são para entender. Após uma breve sondagem feita por

mim ligando para perfeitos desconhecidos (é o que dá ter chamadas grátis

para números fixos) pude constatar que ninguém, de entre as cerca de 150

pessoas com quem tive o prazer de falar, votou alguma vez em José Sócrates.

Nem nas primeiras eleições legislativas em que o PS venceu com maioria absoluta.

Nem nas segundas em que o senhor Engenheiro venceu com uma maioria das

pequenitas.

Chamaram-lhe de tudo, disseram o que gostariam de lhe fazer com as próprias

mãos, descreveram pormenorizadamente locais estranhos para onde o enviavam.

Um senhor, de provecta idade, sugeriu que uma das estações do TGV tivesse

lugar numa parte do corpo do ainda Primeiro-Ministro, imaginem o resto.

Impropérios em português, francês, inglês técnico, russo, português do

brasil e até em mandarim... Mistério. Ninguém votou neste senhor? Nunca, nem

uma só pessoa? Noboby?

Pior, e digo pior não porque gostaria que o tivessem feito, mas porque me

garantiram que "jamais em tempo algum" o irão fazer - "votar no Sócras? f..a-se!".

Fiquei completamente abismado. A única explicação para as sondagens que li

na semana passada que davam o PSD com 38% e o PS com 33% só poderiam

passar pela vergonha das pessoas em abertamente dizer que votam em Sócrates,

o que é perfeitamente compreensível. Eu também teria vergonha. Muita. Acho que

jamais admitiria se o fizesse. O que diriam os meus netos? "Sacana do velho.

Só fazia porcaria e agora andamos nós a pagar..."

Já conhecemos grande parte da família de José Sócrates, e sabemos que tem

bastantes primos, tios etc, mas 33% do eleitorado? Não pode ser, tem de haver

aqui mais qualquer coisa.

Ora vamos a "boys": 6 anos e meio de uma penosa governação. Contas à moda

do PS (usei o sistema de calculo do défice) são aproximadamente 2373 dias. Se

num exercício completamente idiota pensássemos que existiram 25 nomeações

(em média) para cargos políticos, de assessoria e espalhados pelas centenas de

empresas públicas (uma verdadeira teia) por dia chegamos ao fantástico número

de 59 325 pessoas. Se cada uma destas pessoas convencer a mãe, o pai, avó o avô

ou um qualquer familiar, amigo, vizinho ou o cão a votar no PS (uma média - muito

por baixo - de 3 pessoas por cada boy or girl) temos 237 300 alminhas! Ora se

imaginarmos que a população votante em Portugal ronda os 8.700.000, segundo

li por aí algures, temos aqui 3% só em boys e afins, o que é muito e explica alguma

coisa.

Quanto aos restantes o fenómeno só pode ser explicado pela tendência muito

portuguesa para ver tudo a desabar. Adoramos ficar especados a olhar para

acidentes a contar os mortos e feridos, pegar fogos nas matas protegidas e

deliramos com reuniões de condomínio que acabam à estalada ou jogos de

futebol em pancadaria. Ou isto tudo ou o Alzheimer (que pela amostra do Congresso

afecta grande parte dos socialistas), não estou a ver qualquer outra explicação

para estes números por parte do PS.

Ora vamos lá ver esta comparaçãozita...

Seres decentes



Quando cumpria o seu segundo mandato, Ramalho Eanes viu ser-lhe apresentada pelo Governo uma lei especialmente congeminada contra si.


Otexto impedia que o vencimento do Chefe do Estado fosse «acumulado com quaisquer pensões de reforma
ou de sobrevivência» públicas que viesse a receber. Sem hesitar, o visado promulgou-o, impedindo-se de auferir a aposentação de militar para a qual descontara durante toda a carreira.
O desconforto de tamanha injustiça levou-o, mais tarde, a entregar o caso aos tribunais que, há pouco, se pronunciaram a seu favor.
Como consequência, foram-lhe disponibilizadas as importâncias não pagas durante catorze anos, com retroactivos, num total de um milhão e trezentos mil euros.
Sem de novo hesitar, o beneficiado decidiu, porém, prescindir do benefício, que o não era pois tratava-se do cumprimento de direitos escamoteados - e não aceitou o dinheiro.
Num país dobrado à pedincha, ao suborno, à corrupção, ao embuste, à traficância, à ganância, Ramalho Eanes ergueu-se e, altivo, desferiu uma esplendorosa bofetada de luva branca no videirismo, no arranjismo que o imergem, nos imergem por todos os lados.
As pessoas de bem logo o olharam empolgadas: o seu gesto era-lhes uma luz de conforto, de ânimo em altura de extrema pungência cívica, de dolorosíssimo abandono social.
Antes dele só Natália Correia havia tido comportamento afim, quando se negou a subscrever um pedido de pensão por mérito intelectual que a secretaria da Cultura (sob a responsabilidade de Pedro Santana Lopes) acordara, ante a difícil situação económica da escritora, atribuir-lhe.
«Não, não peço. Se o Estado português entender que a mereço», justificar-se-ia, «agradeço-a e aceito-a.
Mas pedi-la, não. Nunca!»
O silêncio caído sobre o gesto de Eanes (deveria, pelo seu simbolismo, ter aberto telejornais e primeiras páginas de periódicos) explica-se pela nossa recalcada má consciência que não suporta, de tão hipócrita, o espelho de semelhantes comportamentos.
“A política tem de ser feita respeitando uma moral, a moral da responsabilidade e, se possível, a moral da convicção”, dirá. Torna-se indispensável “preservar alguns dos valores de outrora, das utopias de outrora”.
Quem o conhece não se surpreende com a sua decisão, pois as questões da honra, da integridade, foram-lhe sempre inamovíveis. Por elas, solitário e inteiro, se empenha, se joga, se acrescenta - acrescentando os  outros.
“Senti a marginalização e tentei viver”, confidenciará, “fora dela. Reagi como tímido, liderando”.
O acto do antigo Presidente («cujo carácter e probidade sobrelevam a calamidade moral que por aí se tornou comum», como escreveu numa das suas notáveis crónicas Baptista-Bastos) ganha repercussões salvíficas da nossa corrompida, pervertida ética.
Com a sua atitude, Eanes (que recusara já o bastão de Marechal) preservou um nível de dignidade decisivo para continuarmos a respeitar-nos, a acreditar-nos - condição imprescindível ao futuro dos que persistem em ser decentes.

Crónica
Fernando Dacosta


 ENTÃO AGORA COMPAREMOS COM UM SER DECENTE DÁ A´REA DO AMIGO SÓCRATES

7450 euros por mês: o Padre Melícias tem uma pensão que é uma delícia!

Tiago Mesquita (www.expresso.pt)
8:00 Terça feira, 12 de abril de 2011

"Deus está no meio de nós". Mas eu acredito que ele gosta mais de andar junto de alguns do que no meio do resto da carneirada. Uma omnipresença um tanto ou quanto elitista. E com a sua capacidade divina de alterar a vida dos crentes acaba por tocar meia dúzia de afortunados de forma especial. Provavelmente terá a ver com a dedicação que estes lhe retribuem em vida. A retribuição do Padre Melícias é de 7450 euros.


A minha será provavelmente zero. Mas eu não vou à missa a não ser em casamentos, baptizados ou quando alguém estica o pernil. Por isso o Padre Melícias, que até é uma espécie de padre do jet-set foleiro, que casa tudo quanto é azeiteiro da bola e mulher esticada, parece-me perfeitamente justo que ganhe esta exorbitância. E ou muito me engano ou esta notícia gerou uma afluência aos seminários fora do comum. Com uma reforma destas nem um deputado com dois mandatos cumpridos consegue chegar às traseiras das sandálias do franciscano Melícias.


"Com 71 anos, Vítor Melícias declarou, em 2007, ao Tribunal Constitucional um rendimento total de 111 491 euros, dos quais 104 301 euros de pensões e 7190 euros de trabalho dependente. 'Eu tenho uma pensão aceitável mas não sou rico', diz o sacerdote. Em 14 meses, o sacerdote, que prestou um voto de obediência à Ordem dos Franciscanos, tem uma pensão mensal de 7450 euros. O valor desta aposentação resulta, segundo disse ao CM Vítor Melícias, da "remuneração acima da média" auferida em vários cargos."


"Acima da média"? Acima da média é o Convento de Mafra, a pensão do Senhor Padre é uma espécie de Capela Sistina em forma formato pensão. Se Da Vinci fosse vivo e tivesse acesso a esta notícia provavelmente teria forrado o tecto da capela em notas de 500€. E D. João V de Portugal teria mandando instalar 4 ou 5 ATM à volta do convento de Mafra.


'Eu tenho uma pensão aceitável mas não sou rico', diz o sacerdote. Pois não senhor Padre, ricos são aqueles desgraçadinhos que vivem com o ordenado mínimo ou então sem um cêntimo que seja porque estão desempregados há mais tempo do que os dois dedos das mãos conseguem contar. Ricos são aqueles que vivem enrolados em cartão da Renova e em cobertores a cheirar a cavalo. O Senhor Padre perdeu uma excelente oportunidade para estar calado. Ora 7450 euros por mês, uma verdadeira miséria. Imagino as provações por que o senhor padre tem que passar. O que vale é que está habituado a viver uma vida sem luxos e abdicou de tudo o que é supérfluo, porque como se sabe: "Os Frades Menores, também chamados de Franciscanos, são uma fraternidade de irmãos clérigos e leigos, isto é, de irmãos sacerdotes e não sacerdotes, com iguais direitos e obrigações, vivendo no dia-a-dia os votos de pobreza, castidade e obediência."


Eu imagino a triteza que o Padre Melícias deve sentir cada vez que ao final de cada mês olha para o saldo gordo da conta bancária. Deve soar como os 57 sinos do Palácio de Mafra, considerados os maiores e melhores do mundo, a tocar em simultâneo. TLIM. TLIM. TLIM.


Deixai-me agora ir ajudar os pobrezinhos, que aposto que o Padre Melícias graças ao voto que fez entrega tudo o que recebe, vivendo de forma singela e desabonada na pobreza que jurou. Não tenho qualquer dúvida disto, porque de outra forma de padre teria muito pouco, e de Franciscano ainda menos.


Ou até já os padres mamam de forma desavergonhada nesta porcaria de país?