segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Nosso Gastão

Gastão, o sobrinho do Tio Patinhas, gostava tanto de gastar que, quanto mais gastava, mais pobre ficava.
Isso não o demoveu da sua alucinação. Sócrates foi o nosso Gastão. Pior: quer continuar a sê-lo, agora disfarçado de Tio Patinhas. Mas é a ele que temos de dever a dura realidade: os portugueses não vão ter apenas de trabalhar para pagar o que comem mas vão ter de trabalhar mais para pagar o défice e os colossais juros do empréstimo interessado da UE e do FMI. O grande legado de José Sócrates a Portugal é uma camisa-de-forças de onde dificilmente sairemos e que nos vai custar os olhos da cara. Portugal não foi vendido por 30 dinheiros. Mas vai pagar perto de 6% de juros. Os valores equivalem--se. Já é oficial: a Europa substituiu o Festival da Eurovisão pelo Euroficção. A gula da Zona Euro não vai resistir a esta longa marcha para a insolvência colectiva. Mas isso não nos livra das responsabilidades dos nossos gastadores de serviço que foram inundando o País de patranhas. Sócrates não foi apenas o rei dos gastadores. Instituiu também o sufoco democrático. A maior bancarrota que nos lega é a moral. Dissolveu-a nos interesses pessoais do seu grupo. Portugal está cansado do seu Gastão. E o PS do seu Sócrates. Por que é que não é libertado das suas funções para ir descansar? O que é espantoso em toda esta ficção, que transforma Portugal num sítio de desenhos animados, é que Sócrates continua a transfigurar-se como se fosse ele o defensor do Estado social. A maquilhagem retórica não esconde o essencial: quem esbanja recursos destrói, mais do que ninguém, o que diz defender.

in "Negocios Online - Fernando Sobral"


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