terça-feira, 10 de maio de 2011

Desperdício de milhões

O Correio da Manhã decidiu escolher para a manchete de um dos diários desta semana, o verbo "desperdiçar". Fez bem. Porque é de pasmar a forma como o Estado distribui o seu dinheiro em subsídios a associações, empresas e institutos. 560 milhões de euros saíram dos cofres do Estado em subvenções em 2010. Sabemos para onde saíram. Não sabemos para o que serviram.



A Associação Portuguesa de Bancos merece receber dos seus impostos 1,3 milhões de euros? 
A colecção Berardo merece um milhão de euros dos seus impostos para investimentos em arte? 
A João Lagos Sports merece 1,2 milhões de euros desse saco que é o Instituto de Turismo? 
A resposta é: não se sabe. Porque o Estado só dá, não pede. Não pede sequer informação sobre o retorno desse "investimento". 
Portugal ganhou em troca desses subsídios estatais o quê? 
Boa é a pergunta, bom seria ter resposta.
Esta falta de escrutínio é um insulto, num Estado que está sem dinheiro. E permite que suspeitemos de que os critérios de atribuição de alguns desses subsídios sejam outros que não os da racionalidade: para amigos do Governo e do seu partido.
Não sabemos para que serviu o dinheiro, se foi gasto cumprindo o seu fim e nem sequer se o seu fim era atendível. 
Mas sabemos uma coisa: de onde o dinheiro vem. Sim, sabemos sempre aquilo que pagamos.
in "Correio da Manhã - Pedro S Guerreiro"

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